:: 7/nov/2024 . 17:00

Em 2023, a Bahia registrou um total de 1.702 mortes em ações policiais, número que superou os índices de estados com maiores populações, como São Paulo e Rio de Janeiro. Esse dado, revelado pela pesquisa Pelo Alvo, da Rede de Observatório de Segurança, evidencia um cenário de crescente letalidade nas operações das forças de segurança no estado, onde a maioria das vítimas é negra.

A Bahia foi o único entre os nove estados monitorados pelo observatório (Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo) a ultrapassar mil mortes resultantes de intervenções policiais em 2023. Dos 1.702 óbitos, 1.321 foram de pessoas negras, e em 306 casos a raça das vítimas não foi registrada, indicando que o número real pode ser ainda maior.

A escalada de violência policial na Bahia é visível: entre 2022 e 2023, o aumento foi de 161,8%, passando de 650 mortes para 1.702, totalizando 4.787 mortes em ações das forças de segurança ao longo do ano. Esse cenário, segundo Ana Paula Rosário, porta-voz do Observatório na Bahia, demonstra um ciclo preocupante. “É uma tristeza ver esses índices aumentando cada vez mais. A pesquisa mostra que o estado que abriga as cinco cidades mais violentas do Brasil vem adotando mais violência para combater a violência”, afirmou Rosário.

A metodologia da pesquisa baseia-se nos dados da Secretaria de Segurança Pública e em informações noticiadas pela mídia local e nacional. Essas informações são coletadas e verificadas ao longo do ano, compondo um banco de dados que orienta o estudo sobre segurança pública no Brasil.

Na manhã de hoje, a professora e advogada Dra. Eva Cavalcante trouxe à tona temas urgentes e sensíveis em sua entrevista com Adilson Neves, no programa da Rádio Bahiana. Especialista em direitos das mulheres, Dra. Eva discutiu questões de violência contra a mulher no Brasil, a falta de assistência adequada às vítimas e a importância de políticas públicas voltadas especificamente para a proteção feminina.

Os dados sobre a violência de gênero no país alarmantes. Em 2023, a cada seis minutos, uma mulher foi estuprada no Brasil, totalizando um número expressivo e preocupante de 1.238.208 casos de violência sexual registrados. Somente neste ano, 1.467 mulheres foram vítimas de feminicídio, o que expõe a brutal realidade enfrentada por muitas brasileiras. Esses números reforçam a urgência de políticas e programas de assistência à mulher.

“Vivemos uma crise na assistência às mulheres vítimas de violência”, enfatizou a advogada, destacando que a carência de serviços especializados e a falta de acolhimento adequado colocam muitas mulheres em situação de extrema vulnerabilidade, deixando-as sem opções para romper ciclos de abuso e violência.

Questionada sobre a importância das lideranças femininas na política e nos movimentos sociais, Dra. Eva foi enfática: “Necessária, precisa e ainda pouco utilizada”. Para ela, o fortalecimento das lideranças femininas é fundamental para transformar essa realidade. As mulheres em posições de liderança e decisão podem não apenas sensibilizar o poder público sobre a questão da violência, mas também garantir que políticas de proteção, educação e empoderamento feminino sejam criadas e efetivamente aplicadas.

Dra. Eva aproveitou a ocasião para anunciar uma novidade para 2025: a criação da Escola de Política para Mulheres de Ilhéus, um projeto que será implantado durante a gestão do prefeito eleito Valderico Júnior, com apoio inicial do partido União Brasil.

Neste final de semana, dias 9 e 10 de novembro, Itabuna receberá a 20ª edição do Mutirão do Diabetes, evento promovido pela ONG Unidos pelo Diabetes em parceria com o Hospital Beira Rio (HBR). Com foco na prevenção e no bem-estar, a ação contará com uma programação diversificada de atendimentos médicos gratuitos e atividades físicas abertas ao público.

No dia 9, sábado, o Hospital Beira Rio oferecerá atendimentos especializados em diabetes, incluindo exames de fundo de olho, avaliação de rim, pé diabético e cardiologia. A telemedicina com inteligência artificial também será utilizada, proporcionando diagnósticos ágeis e precisos. Esses serviços visam identificar precocemente complicações comuns do diabetes, contribuindo para a saúde e qualidade de vida dos pacientes.

A “Cidade do Diabetes”, instalada na praça Rio Cachoeira, promoverá uma Feira de Saúde com diversas ações preventivas, como teste de glicemia, atendimento em endocrinologia, saúde bucal e oficinas educativas. Estudantes da Universidade Estadual de Santa Cruz, Unex e Afya estarão presentes, apoiando as atividades e oferecendo orientação ao público sobre o diabetes e cuidados com a saúde.

No domingo, dia 10, a programação se volta para atividades físicas, com o Aulão Azul da Saúde e a Pedalada Azul, que contará com cerca de 1.500 ciclistas, incentivando o exercício físico como parte de um estilo de vida saudável. O tema da campanha deste ano, “Diabetes e Bem-Estar”, reforça a importância da prevenção e do autocuidado, alinhando-se à proposta da Federação Internacional do Diabetes para 2024.