
CPMI do INSS realiza votação para convocação de ex-ministros e ex-presidentes do INSS nesta terça-feira(26)
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realiza, nesta terça-feira (26), sua primeira votação de requerimentos. A pauta inclui a convocação de ex-ministros da Previdência, ex-presidentes do órgão e outras autoridades ligadas ao sistema previdenciário.
Ao todo, estão em análise 35 requerimentos, além da definição do plano de trabalho do colegiado e da escolha do vice-presidente da comissão. A CPMI foi instalada após denúncias de descontos irregulares em aposentadorias e pensões, que, segundo estimativas, geraram prejuízos de cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Ex-ministros na mira
O relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União–AL), propôs a convocação de três ex-ministros da Previdência:
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Eduardo Gabas, que comandou a pasta no governo Dilma Rousseff;
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José Carlos Oliveira, que ocupou o cargo durante a gestão Jair Bolsonaro, quando a área estava vinculada ao Ministério do Trabalho;
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Carlos Roberto Lupi, último a exercer a função no governo Lula.
Dez ex-presidentes do INSS
Além dos ex-ministros, o relator também solicitou o comparecimento de dez ex-presidentes do INSS, que estiveram à frente do órgão em diferentes períodos, entre 2012 e 2025:
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Lindolfo Neto de Oliveira Sales (2012–2015)
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Elisete Berchiol da Silva Iwai (2015–2016)
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Leonardo de Melo Gadelha (2016–2017)
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Francisco Paulo Soares Lopes (2017–2018)
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Edison Antônio Costa Britto Garcia (2018–2019)
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Renato Rodrigues Vieira (2019–2020)
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Leonardo José Rolim Guimarães (2020–2021)
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Guilherme Gastaldello Pinheiro Serrano (2022–2023)
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Glauco André Fonseca Wamburg (2023)
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Alessandro Antonio Stefanutto (2023–2025)
Investigação técnica e imparcial
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos–MG), afirmou que a condução dos trabalhos será técnica e isenta. Ele defendeu que todos os responsáveis pelo comando do INSS e da Previdência nos últimos anos sejam ouvidos, garantindo igualdade no tratamento dos diferentes governos.
Já o relator, deputado Alfredo Gaspar, destacou que a comissão não pretende selecionar alvos de forma política. “Se for necessário ouvir um ex-presidente da República, todos devem ser chamados. O que buscamos é esclarecer as responsabilidades de cada gestão diante de um esquema que prejudicou milhões de beneficiários”, disse.
Apoio de órgãos de fiscalização
Além das convocações, a CPMI deve votar pedidos de cooperação com órgãos de controle, como a Controladoria-Geral da União (CGU), a Polícia Federal (PF) e o próprio INSS. Entre as medidas que poderão ser adotadas está a quebra de sigilos de pessoas e instituições investigadas, considerada essencial para mapear as irregularidades.
Próximos passos
A expectativa é de que as reuniões da comissão ocorram duas vezes por semana. Com a definição do vice-presidente e do plano de trabalho, o colegiado deve iniciar, já nos próximos dias, a fase de oitivas. A investigação deve se estender pelos próximos meses e tem potencial de impactar a condução das políticas previdenciárias no país