:: 2/abr/2025 . 11:56

A postura de ACM Neto (União Brasil) tem sido questionada por correligionários em diversos municípios da Bahia, que reclamam de falta de diálogo e desinteresse do ex-prefeito de Salvador. A crítica ganhou força após o prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Júnior Marabá (PP), relatar publicamente que Neto não dá a atenção devida aos aliados.

O pensamento também foi compartilhado pelo deputado estadual Paulo Câmara (PSDB), durante entrevista ao programa Se Liga Bocão. “Você às vezes manda um Zap, não responde. Você às vezes liga, não atende”, declarou. O parlamentar citou o exemplo da carreata organizada pelo prefeito de Luís Eduardo Magalhães na ocasião da campanha de 2022. Conforme Paulo Câmara, Júnior Marabá teria sido ignorado pelo então candidato a governador da Bahia. “Não houve uma ligação, um muito obrigado. Isso machuca as pessoas”, acrescentou.

Esse cenário tem acelerado a migração de prefeitos para a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Nomes como Eduardo Hagge, Zé Cocá, Hildécio Meireles e Gel da Farmácia já sinalizaram aproximação com o governo estadual. Enquanto aliados destacam a acessibilidade do petista — que costuma passar horas em municípios e checar o andamento de demandas —, a postura de Neto vem minando a sua influência em regiões estratégicas da Bahia.

Segundo fontes próximas, o prefeito de Ilhéus, Valderico Júnior (União), também estaria insatisfeito. Neste mês, o gestor teve um extenso diálogo com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, durante o desfile das escolas de samba campeãs do Carnaval 2025, no Rio de Janeiro (relembre aqui). A conversa com Rui Costa, ainda informal, ganha importância por ocorrer em meio ao avanço do PT na recomposição de suas alianças no estado. A possível saída de Valderico Júnior representaria mais um revés para ACM Neto.

O problema, contudo, vai além da política. Os relatos de desprezo após campanhas – sem sequer um agradecimento ou uma mensagem – revelam um padrão de arrogância que cobra seu preço. Agora, o vice-presidente nacional do União Brasil vê a base oposicionista se fragmentar, com reclamações sobre desgastes pessoais e falta de reconhecimento.

Se ACM Neto não corrigir o rumo, seu projeto de 2026 pode definhar antes mesmo de começar.

Fonte: ODivergente Blog

Nesta segunda-feira (31), o presidente da Câmara de Vereadores de Ilhéus, Cesar Porto (PP), se reuniu com o prefeito Valderico Jr. (UB) para discutir diversas pautas, incluindo a situação do transporte público na cidade. Durante o encontro, o prefeito confirmou a decisão de não renovar o contrato da empresa São Miguel, um posicionamento que foi elogiado pelo vereador.

“Ontem estive em um papo com o prefeito, e a conversa foi muito agradável e produtiva. Um dos principais temas discutidos foi o transporte público, e o prefeito foi muito claro ao afirmar que a política precisa cuidar do povo. Ele disse que, se não cuidar do povo que o elegeu, estará traindo sua própria base de apoio. Essa decisão não foi tomada de forma isolada, mas sim com base em anos de observação e investigação”, destacou Cesar Porto.

O vereador também mencionou o histórico de debates e fiscalizações realizadas por parlamentares da cidade, como os ex-vereadores Augustão e Makrise, além dos vereadores Nerival e Enilda. “Foram várias comissões e estudos que levaram à constatação de que o transporte oferecido pela São Miguel era insuficiente e precário. O vereador Gurita, inclusive, chegou a afirmar que as condições do serviço eram tão ruins que beiravam um genocídio social.”

Segundo Cesar Porto, o prefeito Valderico Jr. reforçou que sua campanha sempre teve como um dos principais compromissos a melhoria do transporte público. “Ele disse que fez diversas reuniões com as empresas e analisou criteriosamente a situação. Enquanto a Viametro apresentou melhorias e comprovou a aquisição de novos ônibus, a São Miguel não apresentou qualquer documentação que garantisse melhorias no serviço.”

O vereador também enfatizou que a decisão sobre o contrato de concessão é prerrogativa do Executivo e que o papel da Câmara é fiscalizar. “Não somos contra nem a favor de nenhuma empresa, mas temos que ser justos com a população. O que o prefeito fez foi correto ao intensificar a fiscalização e impedir que a São Miguel continue prejudicando os cidadãos. Nos finais de semana, muitas pessoas não conseguem ir à praia, ao trabalho ou mesmo estudar porque, depois das 21h, não há ônibus circulando. Isso é inadmissível.”

Por fim, Cesar Porto reafirmou o apoio da Câmara à decisão do prefeito, desde que ela continue sendo voltada para o bem-estar da população. “Eu disse ao prefeito: pode contar com esta Casa, pois estaremos do seu lado sempre que as decisões forem tomadas para beneficiar o povo.”

Com a saída da São Miguel, espera-se que um novo modelo de transporte seja implementado com mais eficiência, segurança e regularidade, atendendo às necessidades da população e garantindo um serviço digno para os ilheenses.