A Justiça manteve a prisão preventiva do empresário Tharcísio Aguiar, de 38 anos, suspeito de atropelar e matar a dentista Ranitla Bonella, de 23 anos, no trecho urbano da BA-001, em Ilhéus. A decisão foi publicada após uma audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (27).

Tharcísio Aguiar se apresentou no Presídio Ariston Cardoso, em Ilhéus, na terça-feira (26), acompanhado do advogado criminalista Jacson Cupertino.

De acordo com a defesa do suspeito, o empresário, que era considerado foragido, ainda não tinha se apresentado porque desenvolveu um quadro de instabilidade emocional.

Segundo o advogado de Tharciso Aguiar, um laudo da perícia, feito no local do acidente, aponta que o empresário dirigia em velocidade permitida na via.

“O Departamento de Polícia técnica da Bahia fez um laudo do local e calculou a velocidade com os vestígios do ocorrido, afirmando categoricamente que ele estava em uma velocidade compatível com a via, que era 60 quilômetros por hora”, contou o advogado.

“O primeiro laudo ele está desde o dia 4 no inquérito, mas a defesa teve dificuldade de acesso aos laudos. Agora que a gente viu, que logicamente a gente vai apresentar ao juiz e ao Ministério Público essa prova produzida pela polícia”.

Mas a família não acredita que o motorista seguia na via com velocidade abaixo de 60 km.

“Há relatos de testemunhas que minha filha foi arremessada a mais de 20 metros de distância e com altura de três ou quatro metros, chegou a dar três ou quatro cambalhotas no ar, para depois ser colidida contra o guard rail”, disse o pai da dentista, Roberto Bonella.

“Eu acredito que esse laudo foi um grande erro e humanos estão sujeitos a erros. Eu acredito nisso. Não é possível uma pessoa ser arremessada da forma que foi, a 48 quilômetros por hora, e isso será aprovado no inquérito”.

Em nota, a Polícia Civil informou que Tharcísio será novamente interrogado pelo Núcleo de Homicídio da 7ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), para a conclusão do inquérito policial e encaminhamento para a Justiça.

A prisão preventiva do empresário foi decretada no dia 23 de junho. No dia 12 de julho, a Polícia Civil cumpriu três mandados de busca e apreensão, na casa do empresário, mas ele não foi encontrado. No dia 20, fizeram outra tentativa, mas Tharcísio também não foi visto.