A taxa de eficácia está acima dos parâmetros exigidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Nesta terça-feira (12), o Instituto Butantan compartilhou mais detalhes sobre os estudos desenvolvidos com a vacina CoronaVac contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2). Desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e produzida no Brasil, o imunizante contra a COVID-19 obteve uma taxa de eficácia geral de 50,4%, dentro da pesquisa nacional.

Em outras palavras, as pessoas vacinadas com a CoronaVac, durante o estudo clínico, tiveram 50,4% menos chances de contrair a COVID-19, seja ela de forma assintomática, muito leve, leve, moderada ou grave. Para a aprovação de vacinas, tanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exigem uma eficácia miníma de 50%. Vale comentar que o estudo completo ainda não foi publicado.

Eficácia da vacina CoronaVac

Para verificar a eficácia e a segurança da CoronaVac contra a COVID-19, o estudo clínico envolveu 12.508 voluntários no país, sendo que todos eram profissionais de saúde e estavam na linha de frente do combate ao coronavírus. No entanto, não foram todos imunizados com a vacina, já que havia o grupo placebo (controle) na pesquisa.

Deste total, 252 voluntários contraíram a COVID-19 e os quadros desses pacientes variaram de muito leve (que não precisa de ajuda) a graves (internação hospitalar em UTI).  Entre os vacinados, foram apenas 85 infectados pelo coronavírus (em alguma das definições que vão de muito leve até grave). A partir dos cálculos estatísticos, foi possível concluir a taxa de eficácia geral da CoronaVac em 50,38%.

Além dessa taxa geral, é importante ressaltar os dados anteriormente divulgados pelo Instituto Butantan, na semana passada. No testes nacionais, o imunizante CoronaVac atingiu 77,96% de eficácia em casos leves e 100% em casos graves e moderados, ou seja, a vacina protegeu contra mortes e complicações mais severas da doença.

Essa taxa de eficácia de 77,96% foi registrada entre 38 casos de níveis leve, moderado ou grave, dentre os quais sete voluntários estavam no grupo que recebeu a vacina. Já a taxa de eficácia de 100% observada nos casos graves e moderados foi calculada em uma amostra de apenas sete pacientes com esse quadro da doença, todos no grupo placebo. Agora, os possíveis vacinados deverão ser acompanhados para se confirmar as últimas análises.

Além disso, a CoronaVac não registrou eventos adversos graves, além de dor no local da aplicação, segundo Alex Precioso, diretor do centro de segurança clínica e gestão de risco farmacoepidemiológico do Butantan. Na análise, apenas 0,3% dos voluntários apresentaram reações alérgicas, taxa que foi igual tanto para quem recebeu o imunizante quanto para quem recebeu o placebo. “É uma vacina que tem mantido o seu perfil de segurança ao longo do tempo”, afirmou Precioso.