A precariedade da frota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Ilhéus foi denunciada durante uma entrevista ao radialista Vila Nova, da rádio Ilhéus FM, nesta quarta-feira (12). O diretor regional do SAMU (Ilhéus-Valença), Jonathans Pinto, revelou que o município conta atualmente com apenas duas ambulâncias em operação – uma unidade de suporte avançado e uma básica –, um número muito abaixo do ideal.

A cidade deveria ter, no mínimo, seis ambulâncias em funcionamento, sendo duas avançadas e quatro básicas, para atender adequadamente a população de quase 200 mil habitantes. A situação se agrava com a presença de seis ambulâncias inativas, que não podem ser regularizadas devido à falta de documentação, o que impede a solicitação de novas unidades ao Ministério da Saúde. “Nenhuma ambulância está emplacada. Isso é uma dura realidade que estamos passando, e sem regularização não conseguimos renovar nossa frota”, explicou Jonathans.

Além disso, ele destacou que o problema da falta de emplacamento é antigo e se arrasta há anos. “A última vez que vi ambulâncias emplacadas foi na época do governo Jabes Ribeiro, e desde então nenhuma nova foi regularizada”, revelou. As ambulâncias irregulares já foram alvo de denúncias e investigações, incluindo o Ministério Público e a Polícia Federal. Uma das irregularidades envolve uma ambulância de suporte avançado que, apesar de receber recursos do Ministério da Saúde, nunca foi utilizada por falta de equipe.

A situação crítica da frota do SAMU prejudica não só Ilhéus, mas também os nove municípios que dependem da base local para atendimentos de urgência. Sem a regularização das ambulâncias, não há como solicitar novos veículos e garantir a qualidade no atendimento à população.