Polícia investiga envolvimento de rifeiros em supostas fraudes financeiras com uso de pix em emissora de TV na Bahia

A Polícia Civil investiga o envolvimento de rifeiros nas supostas fraudes financeiras cometidas em uma emissora de televisão na Bahia. A informação foi divulgada pelo titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber), delegado Charles Leão, durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (12), na sede da instituição, em Salvador.
O delegado reforça que há um rifeiro com atividade comprovada no esquema e outro está sendo investigado.
“Há dois rifeiros investigados. Um dos rifeiros foi apontado por uma das pessoas [que prestaram depoimento]. O outro rifeiro a gente está em processo de investigação e prefiro, nesse momento, não falar nada para não atrapalhar nossa investigação”, afirmou.
Segundo as investigações, as possíveis fraudes estão relacionadas ao uso de pix em campanhas de arrecadações de doações para pessoas em estado de vulnerabilidade social.
De acordo com a polícia, o esquema funcionava da seguinte maneira: o caso do telespectador era contado no programa Balanço Geral, da Record TV Itapoan. As pessoas pediam ajuda e o número para doações era exibido na tela. Às vítimas, era feito o pedido da chave PIX, com a promessa de que todo valor arrecadado seria repassado.
No entanto, a chave PIX usada seria de um laranja – que integrava o esquema, e que era colocada no ar como se fosse da emissora. As investigações apontam que menos da metade do valor era transferido. Muitos não recebiam nada.
A polícia investiga se funcionários receberam os valores. “Algumas chaves PIX utilizadas foram desativadas, comentou o delegado, após afirmar que pediu ao Banco Central informações sobre pessoas que estariam vinculadas as contas bancárias.
Até a manhã desta quarta (12), 27 pessoas já foram ouvidas entre funcionários da emissora e pessoas que disseram ter sido vítimas das fraudes. De acordo com a polícia, ainda não há um valor exato das quantias desviadas.
Segundo a polícia, o crime é enquadrado como estelionato por meio virtual. Também é apurado uma possível associação criminosa e lavagem de dinheiro.
“Então, o que a pode afirmar é que um conjunto de indícios forma uma prova, e essa prova está nos apontando verdadeiramente pela existência de uma fraude”, disse.
Ainda na coletiva, o titular da DreofCiber detalhou o que foi relatado pelas vítimas nos depoimentos.
“Essas vítimas informaram que a chave PIX era fornecida pela pessoa que entrevistava. A chave teria que ser da empresa para fins de controle, [mas] a própria empresa diz que não fornecia a chave PIX. Outros repórteres informaram que estranham isso”, detalhou.
A polícia disse que a investigação será feita em três fases. Dois jornalistas suspeitos ainda vão ser ouvidos e não há data para os depoimentos.









