
ESTUDO ENCONTRA ANTICORPOS PARA COVID NO LEITE DE MÃES VACINADAS COM CORONAVAC

Pesquisa do Hospital das Clínicas da USP com funcionárias imunizadas indicou produção de anticorpos até quatro meses depois da vacinação
Uma pesquisa do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo) com lactantes que tomaram a Coronavac indicou a presença de anticorpos para Covid-19 no leite materno até quatro meses depois da vacinação.
O estudo, que foi conduzido por um grupo de pesquisadoras do Instituto da Criança e do Adolescente do HC, contou com a participação de 20 voluntárias que trabalham no local e foram imunizadas entre janeiro e fevereiro deste ano.
As cientistas coletaram amostras do leite em nove ocasiões: antes da vacinação, no 7º, 14º, 21º e 28º dias após a primeira dose; no 7º, 14º e 21º dias após a segunda dose e uma após 4 meses da vacinação.
O pico de produção de anticorpos foi detectado na segunda semana após a primeira dose, na quinta e sexta semana, na vigência da segunda dose. Metade das mães ainda tinham presença elevada de anticorpos quatro meses depois da vacinação.
Valdenise Tuma Calil, neonatologista e uma das coordenadoras do estudo, diz que a pesquisa demonstra a importância da vacinação e os benefícios do aleitamento materno. “[A amamentação] pode ocorrer, inclusive, durante o período de infecção, desde que tomada todas as precauções para evitar o contágio entre mãe e filho”, disse ela em nota.
Magda Carneiro Sampaio, professora de Pediatria da Faculdade de Medicina da USP, destacou que a vacinação durante a gestação poderia aumentar a proteção ao bebê.
“Existem duas formas de uma mãe oferecer anticorpos contra a Covid-19 ao filho após sua imunização. A primeira por meio da placenta, onde é possível a produção de anticorpos da classe IgG. A outra é pelo leite materno, onde o nosso estudo demonstrou a presença de anticorpos da classe IgA. Compreender essas duas possibilidades é oferecer um ciclo completo de proteção ao recém-nascido”, falou