
Porto de Ilhéus recebe 13 mil toneladas de amêndoas de cacau da África e produtores denunciam ausência do controle de pragas
O porto de Ilhéus, recebeu 13 mil toneladas de amêndoas de cacau importadas da Costa do Marfim, na África e a situação é motivo de preocupação para os produtores da região já que, segundo eles, não há controle de pragas e doenças.
O desembarque das 13 mil toneladas aconteceu no dia 29 de dezembro e não há detalhes de como será o uso dessas amêndoas. Apesar da preocupação dos produtores, não há informações sobre descoberta de pragas oriundas do cacau na região.
O fitopatologista da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Jader Pereira, explica que os produtos que estão sendo aplicados na carga durante a saída do porto na Costa do Marfim, não têm eficácia comprovada e somente o Brometo de Metila é capaz de dar a segurança fitossanitária contra pragas e doenças.
O Brometo de Metila é um gás que age como inseticida, utilizado na desinfestação de solo e controles de pragas.
Entretanto, as autoridades da Costa do Marfim, afirmam que o uso do Brometo foi banido pelo Protocolo de Montreal, assinado por 46 países, no ano de 1989. Jader diz que o protocolo não é aplicado em casos de importação e exportação de produtos vegetais e animais.
‘Os países que assinaram o acordo concordaram em parar com grande parte da utilização do gás devido a Camada de Ozônio. Mas, para eventuais ações de controle de pragas, isso ainda é permitido. Países como o Brasil e Estados Unidos concordam com a exceção”, explicou.
O Ministério da Agricultura, informou que devido o processo de transição de governo brasileiro e mudança de diretoria, o órgão não pode se manifestar sobre o assunto.
Os produtores de cacau esperam que o Governo Federal revogue a instrução do Ministério da Agricultura que permite a importação de amêndoas sem a aplicação do Brometo de Metila.
A preocupação dos produtores continua, já que outro carregamento está previsto para chegar ao município no mês de março com mais 10 mil toneladas vindas da Costa do Marfim.