A greve dos servidores e médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na Bahia completa um mês nesta terça-feira (26). A falta de atendimento tem gerado insatisfação e reclamações por parte dos beneficiários.

Mesmo com os serviços suspensos, os atendimentos têm sido agendados normalmente pela central telefônica, onde atuam trabalhadores de empresa terceirizadas pelo órgão.

Com isso, alguns beneficiários se deslocam até os postos e agências do INSS, na tentativa de passar pelo exame pericial e somente na unidade são avisadas, por vigilantes, que os servidores não estão em serviço.

Algumas pessoas reclamam que as perícias foram reagendadas mais de uma vez e, mesmo com as novas datas, são informadas que não seria possível fazer o exame, seja por problemas estruturais nos postos ou por causa da greve iniciada no final de março.

“Quero mostrar minha indignação para este descaso do INSS para conosco, contribuinte. Dei entrada no INSS para fazer a perícia 24 de janeiro e não foi feita devido a um problema no ar condicionado na agência de Brotas. Remarcou para 16 de fevereiro e não foi feita por causa do mesmo problema. Remarcou para 11 de abril. Cheguei lá, não estava fazendo por causa da greve. Agora marcou para 13 de julho”, disse um dos beneficiários, que buscava atendimento em Salvador nesta manhã.

A greve no estado faz parte de um ato nacional, que começou com os servidores e, quatro dias depois, teve a adesão dos médicos. As principais reivindicações das categorias é a contratação de pelo menos 1.100 servidores e melhores condições de trabalho e um reajuste salarial de 19,99%.

De acordo com a associação que representa os médicos peritos, cerca de 22 mil perícias deixaram de ser feitas desde o início da greve dos servidores.

O coordenador do sindicato dos Servidores da Previdência (Sindprev), Edivaldo Santa Rita, disse que os trabalhadores se reuniram com a presidência do INSS, mas não houve acordo entre as partes. “É lamentável que chegamos a 30 dias de paralisação a nível nacional. O que pleiteamos com prioridade é concurso público. Se não houver, essa máquina pública vai ficar sempre deficiente para atender a população”, pontuou.