Na manhã da próxima quinta-feira (30), às 9h, durante audiência pública, o plenário da Câmara Municipal de Ilhéus terá um debate com o tema “Ações afirmativas de políticas públicas para povos tradicionais de terreiros e religiões afrodescendentes” da cidade. A pauta dessa discussão foi requerida pelos vereadores Cláudio Magalhães (PCdoB)  e Enilda Mendonça (PT).

De acordo com Cláudio Magalhães, a audiência visa demonstrar como a relação entre o Estado, os direitos e as tradicionais religiões afrodescendentes são empreendidos em nosso território. “A partir desse contexto, vamos vislumbrar quais estratégias podem ser utilizadas para garantir o acesso e a efetivação de políticas públicas voltadas para estas populações” disse o edil.

“A programação do dia 30 de setembro irá oportunizar e dar voz a um rol de sujeitos sociais que são invisibilizados em nossa sociedade, mas que deram enormes contribuições para a formação da identidade cultural e religiosa do povo ilheense”, concluiu o vereador.

O requerimento também foi assinado por Augustão (PT) e Vinicius Alcântara (PV), sendo aprovado por unanimidade em sessão plenária. O encontro para debater o assunto será no formato semipresencial e com transmissão pelas redes sociais do parlamento ilheense, no Facebook e Youtube, basta digitar na procura ‘legislativo Ilhéus’.

O Movimento Cultural Povos de Terreiro de Ilhéus (MCPTI) elencou os porquês da audiência pública, confira abaixo:

1° – Porque o Terreiro, o Candomblé e as inúmeras tradições irmãs constituem Espaços Ancestrais de Resistência do Povo Preto.

2° – Porque precisamos ocupar os espaços de poder a fim de discutir e resgatar nossos direitos. “Não falem de nós sem nós.”

3° – Porque os espaços de construção de políticas públicas foram arrancadas do Terreiro, num processo histórico de subalternização dos Povos de Terreiro e Religiões Afrodescendentes e enfraquecimento do seu poder de decisão política (razão de serem poucos os nossos representantes eleitos), limitando-nos apenas ao lugar de culto e adoração.

4° – Porque a Audiência Pública é o espaço legal para o enfrentamento, o debate, o resgate de direitos e, antes de tudo, da restauração do Terreiro como um Corpo-Território-Político.